Esta é simplesmente uma visão da paisagem feita superficialmente, pois a riqueza da área é muito maior do que esta descrita aqui. Podemos dividir a paisagem em alguns pontos e dentro destes mostrar um tipo de elemento que esta dentro de uma determinada área como vegetação, solo, geologia, morfologia, etc. E depois relacioná-las umas com as outras mostrando que todos estes pontos estão interligados formando micro sistemas de um sistema muito maior que é a paisagem natural da região de Camalaú.
O primeiro elemento a ser descrito neste artigo é a vegetação, esta como já foi dito anteriormente chama-se caatinga esta é caracterizada por plantas xerófilas (são adaptadas anatomicamente e fisiologicamente para a falta de água), composta por árvores e arbustos e por cactos e bromélias. Dentre as espécies estão o Umbuzeiro, Mandacaru, Catingueira, Jurema, Faveleira, Aroeira, Angico, Coroa - de- Frade dentre muitas outras espécies.
Outro elemento observado foi o solo, este, possuindo uma coloração avermelhada em decorrência do oxido de ferro, ele e caracterizado como raso e pedregoso. No campo pode-se confirma esta colocação, pois nas áreas percorridas existiam muitos afloramentos e em uma pequena “escavação” chegou-se na rocha facilmente, por estas características este solo é considerado pouco fértil.
Existem muitos outros elementos para serem caracterizados na paisagem os lajedos os rios temporários, os serrotes, a fauna as inscrições rupestres que também fazer parte da paisagem, dentre outros elementos que também podem ser bastante explorados em outras expedições.
Foi realizada uma visita também no Assentamento Novo Mundo, onde fomos recebidos pelo presidente da associação, Sr. Flávio, que nos relatou a sistemática do assentamento. Conversamos também com a Senhora Nininha que faz parte do grupo de mulheres do assentamento que cuidam da casa sede.
É interessante que no Assentamento Novo Mundo, ao contrário de outros assentamentos, a casa sede foi preservada e com o projeto Dom Elder Câmara as mulheres organizaram a casa para receber hóspedes, transformando a sede em um hotel fazenda. As mulheres também estão engajadas em práticas de horticultura orgânica e criação de galinha caipira, onde ocorre a venda de ovos e da galinha.
Segundo elas a criação de galinha é um grande sucesso, tendo em vista que não precisam nem ir em busca de compradores da criação, pois os mesmos se deslocam até o assentamento em busca do produto. A produção de hortaliças orgânicas ainda é incipiente, mas é bastante interessante, por demonstrar uma preocupação com a saúde do meio ambiente e das pessoas que consomem os produtos, os quase possuem um alto valor de comércio, mas deficiência em quantidade para a procura.
Situado na micro região do Cariri Ocidental, pertence a Mesorregião da Borborema. Circunvizinha com os municípios São João do Tigre,São João do Umbuzeiro, Monteiro, Sumé e Congo.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano de 2006 sua população era estimada em 5.492 habitantes. Área territorial de 603 km², com a densidade demografica estimada em 9,1 hab por Km²
O município possui áreas apropriadas para exploração dos esportes radicais, como rappel, treking e trilhas ecológicas, passeios com canoa, caiaque, cavalgadas e etc. Tendo também os festejos juninos com quadrilhas e contadores de historia em volta das fogueiras, pegas de boi e o carnaval no balneário.
O clima é fator determinante não somente na predominância da vegetação da Caatinga que varia de Herbácea a Arbustiva, como também no costume local onde o comercio faz uma pausa para o almoço e retornando as atividades após das 14h00min.
Pôde ser observado que a evolução do local, na busca da modernidade, adquire novos hábitos onde pode ser observada a demanda do esporte feminino, assim como a pratica das caminhadas diárias.
A manifestação da modernidade também pode ser observada com a transformação das edificações com o surgimento da estética contemporânea das construções, onde o novo se mistura ao antigo criando um novo cenário local.
Portanto não podemos desprezar a introdução das novas tecnologias, onde fica claro sua existência devido ao elevado movimento dos usuários nas Lan Houses. Onde os usuários têm a possibilidade de estar interagindo com o mundo, onde o tempo e o espaço se juntam num mesmo espaço físico, ou seja, no espaço cibernético.
Bibliografia
AZEVEDO NETTO, C. X. ; KRAISCH, A. M. P. O. ; ROSA, C. R. . TERRITORIALIDADE E ARTE: Inferências iniciais a cerca da distribuição espacial dos sítios de arte rupestre na região do Cariri paraibano. Revista de Arqueologia (Belém), v. 20, p. 51-55, 2007.
AZEVEDO NETTO, C. X. ; DUARTE, P. ; SOARES JUNIOR, M.F. . Marcas da Indentidade - A re-apropriação de grafismos em um sítio arqueológico. In: Thomas Bruno Pereira de OLiveira et alli. (Org.). Pré-História: Estudos para a arqueologia da Paraíba. João Pessoa: SPA/JRC Editora, 2007, p. 35-52.
POPPER, Karl R. Conjecturas e refutações - O processo do conhecimento científico. Tradução de Sérgio Bath. 4. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1972.
Conhecer os lugares não significa ir ao lugar para uma apropriação da paisagem a partir da observação assistemática ou mesmo sistemática, é fundamental estar com os sentidos abertos assim como o espírito pronto para o ato da contemplação e admiração. Conhecer os lugares acaba então por transcender o mundo objetivo, permitindo o subjetivo possa apreciar sem necessariamente apreender. Torna-se fundamental a capacidade de se fazer presente de modo a não alterar o lugar, ou pelo alterar pouco, pois é necessário se procurar manter o lugar com o que ele nos apresenta, pois é ele, o lugar que nos chama a atenção. É ele, o lugar que tem algo para nos mostrar, não somos nós que o escolhemos. Nós vamos aos lugares com a base teórica e conceitual, munidos de palavras e outros instrumentos para que possamos aprisionar o sentido do mundo nas palavras que se tornam o veículo da comunicação.
Ir aos lugares nos permite uma revisitação às nossas reminiscências, pois voltamos a ser “nômades”, estamos a caminho em busca de algo, que nem sempre é o que aparece para nós no meio da viagem. Uma viagem de contemplação ou admiração é uma excursão em busca do estético, o belo, ou mesmo aquilo que nos aponta como satisfação, porque acabamos gostando daquilo que estamos fazendo. A viagem foi boa, os lugares são bonitos e assim por diante. No entanto quando a viagem transcende o estético, pois este acaba ficando oculto em cada um, apenas aparecendo num monto de registro. A partir do momento em que há necessidade de demonstração do motivo da viagem, esta passa a outro patamar, o da excursão, pois desse momento em diante há uma necessidade econômica inserida e de forma determinante.
A viagem para se ir a um lugar requer toda uma infra-estrutura logística: pois há uma relação entre o econômico e o financeiro; a viagem passa então para o campo da apropriação coletiva dos elementos que compõe o lugar. A viagem se transforma em excursão, por isso deve ter em pauta uma meta: observação assistemática o sistemática da paisagem contida no lugar. A partir do momento em que o lugar adquire o status de paisagem, definem-se os objetivos específicos e, tendo como referência a esfera contextual social, ou econômica e ou política.
A esfera social perpassa pela situação da antropologia, da cultura vigente no lugar; a esfera econômica que se utiliza de métodos científicos, num momento, se apropria dos dados para posteriormente transformá-los em informação, num outro momento significa carga adicional sobre o lugar visitado. E, essa carga é também motivada pela questão financeira como mediadora das relações de quem chega ao lugar e de quem recebe os chegantes no lugar.
A esfera política que é intermediada pelo antropológico e pelo econômico, passa a ser a relação que não aparece o estético, apesar de que os interesses existem, mas sempre se manifestam numa excursão de apropriação científica da paisagem. Neste sentido, como a excursão passa a ser uma apropriação de interesse coletivo, daí então as relações passam para a esfera do social. Lugar comum em que as lideranças surgem para definir as melhores estratégias em que todos tendem a ganhar, produzindo-se assim a história, pois os momentos irão ficar registrados.
O município de Camalaú, está localizado na microrregião de Monteiro, mesorregião da Borborema, Estado da Paraíba, situa-se a cerca de 300 km da capital João pessoa.
No decorrer da viagem tivemos o privilégio de testemunhar e registrar um dos mais belos fenômenos da natureza – o nascer e pôr do sol. Neste local o nascer do sol é um espetáculo, pois o sol nasce como foco de luz, por trás de uma barra formada por nuvens, compondo uma cortina, proporcionando uma bela visão. Em outro momento, durante o regresso, no trecho que liga a sede do município à rodovia BR – 412, realizamos as últimas fotografias da viagem, com registro das belíssimas imagens do pôr do sol, que em alguns momentos teimava em esconder-se por trás de galhos da vegetação de caatinga, ressecados pelo longo período de estiagem, pelo qual passa a região, originando em uma paisagem típica de Cartão Postal.
Uma parte das atividades desse projeto é cadastrar os sítios que contenham vestígios arqueológicos, outra, porém é levantar esses vestígios, classificar e analisar, organizando-os num banco de dados para formar uma rede de informação sobre arqueologia na região do semi-árido.
A partir dessa primeira visita a Camalaú se estabeleceu mais duas que irão ocorrer no mês de novembro, por serem duas equipes entre arqueólogos e geógrafos o levantamento de dados e a diversidade destes será grande e interessante, dando um perfil do município na atualidade e também sobre o passado.
Os dados coletados em campo no que tange à arqueologia servirão para compor um banco de dados constituindo uma base para o geoprocessamento da distribuição e ocupação de povos pré-históricos nessa região. O modelo conceitual desde banco já está em fase de elaboração, por isso viagens repetidas a mesma localidade se fazem necessário, pois teremos oportunidade não só de coletar objetos, mas também verificar se o modelo conceitual elaborado por nós tem relevância.
O modelo conceitual parte do lugar como elemento principal à organização dos dados, pois é no lugar que tudo ocorre, desde a localização de fenômenos climáticos, geomorfológicos, vegetais até fenômenos de ocupação humana. No lugar iremos encontrar o sítio arqueológico, os vestígios deixados pelos povos que ali habitaram, partiremos de categorias amplas para designar os vestígios, como por exemplo, arte rupestre, líticos, cerâmica, fogueiras, caça, ossos, cemitérios, abrigos, lugares de rituais etc.
Como categorias de paisagem teremos o clima, o relevo, a hidrografia, os canais de escoamento e a vegetação, categorias de comunicação serão vias de acesso atuais, disposição de vilas, povoados, fazendas (que contenham os sítios), cidades etc.
Será uma preocupação descrever em minúcias os vestígios encontrados, para disponibilizar no banco de dados informações precisas, quando possível contendo fotos do objeto descrito; podemos trazer como exemplo um painel contendo figuras de mãos (sítio ), não basta descrever a localização em coordenadas desse painel, bem como sua orientação, mas a descrição levará em conta a quantidade de mãos pintadas, tamanho, se são destras ou direitas, distância entre elas etc. Como a pintura e a gravura são elementos subjetivos para nós pesquisadores essa descrição torna-se necessária para que outros pesquisadores possam observar de maneira virtual e fazer os comentários devidos com base nas informações do banco de dados.
Em se tratando da área do sítio esta contará com dados sobre dimensão (coordenadas, croquis, planialtimetria – quando necessário) desses dados poderá se obter modelos de terreno e planta baixa. Para os outros objetos encontrados buscará se fazer uma descrição exaustiva tanto do lugar como do objeto, pois os dados informados ao banco servirão para análise de paisagem de um momento que não se possui relatos escritos.
Portanto o município de Camalaú será palco de um projeto piloto dentro da pesquisa da arqueologia do Cariri paraibano, visto que o modelo conceitual formulado e também um banco de dados em funcionamento essa parte do projeto será estendida por todo o cariri englobando todos os municípios onde forem encontrados vestígios de ocupação pré-histórica.
Contudo, nós que fazemos a GEOAPB tivemos a felicidade de encontrar uma terra fértil e altamente receptiva às novas propostas. A cidade de Camalaú se localiza no Cariri paraibano onde há o predomínio de clima quente seco. Assim que chagamos na cidade, fomos almoçar no G&N bar e restaurante, e foi lá que fizemos o primeiro contato com Pedro, que é Secretário de Ação Social do município. Lá ele deu as primeiras instruções quanto ao horário que o Prefeito Aristeu dispunha para nos receber. Após o almoço, fomos diretamente para o primeiro assentamento e posteriormente, fomos para a casa que ficaríamos alojados em um assentamento próximo. Assim que a noite chegou, fomos jantar em uma padaria no centro da cidade. E de lá fomos para a prefeitura encontrar com o prefeito. Os professores Paulo Rosa e Carlos Xavier, fora até o posto na entrada da cidade verificar se o Secretário de Ciência Tecnologia e Meio Ambiente Edilton já havia chegado para participar da reunião com as autoridades da cidade. Enquanto eles faziam essa verificação, fomos nos dirigindo para a prefeitura onde pudemos fazer o primeiro contato com a Secretária de Educação Marilaura. Em conversa com ela, pudemos trocar informações sobre a situação da educação, dos projetos e das dificuldades de gerir a educação no município e se mostrou bem interessada em adotar novas ferramentas e métodos para aprimorar a educação local.
Perguntamos a quantidade de habitantes que o município dispunha afim de visualizar a possibilidade da implantação de um tele-centro para promover a inclusão digital na localidade. Ela nos falou de uma tentativa frustrada e da falta de infra-estrutura para o provimento de sinal de internet e do cancelamento do convênio entre a Caixa Econômica Federal, a qual bloqueou o dinheiro para promover a reforma da estrutura para o tele-centro. Fomos até uma das duas Lan Houses que haviam e, conversando com o proprietário, percebemos a mesma reclamação quanto ao sinal de internet que antes de chegar na cidade, passa pela cidade de Monteiro, atravessa diversos tipos de barreiras até chagar em Camalaú. Um dos pré-requisitos básicos para a colocação de tele-centros, é o provimento de internet, que fica a cargo da prefeitura. Inclusive, nem na prefeitura o sinal chega com qualidade, e ainda tem de distribuir para as secretarias de todo o município.
As escolas estão em um patamar diferenciado quanto a educação prestada em escolas de outros municípios. Há 2 escolas localizadas na urbana e 20 na zona rural. Das duas na zona urbana, uma é do município e a outra é do estado. As vinte outras localizadas na zona rural são do município. A Secretária Marilaura, se mostrou bastante empenhada em melhorar as condições do ensino que é prestado de forma multiseriada. Ou seja, várias séries em uma única sala de aula. Ela vem de forma bastante empenhada tentando encontrar uma forma de promover a separação ou a distinção entre as várias faixa etárias dos alunos que estudam sob este método que, de longe, não corresponde as mais modernas metodologias adotadas nos centro educacionais do estado e do Brasil.
Nesse primeiro momento, tentamos promover o contato e uma análise prévia das condições que o município se encontra. Porém, fizemos o agendamento para uma segunda visita a qual passaríamos mais tempo hospedados na cidade. A partir daí, poderemos fazer um diagnóstico mais completo sobre as condições da cidade em seus mais diversos aspectos.
Dentro da reserva se encontram várias espécies que, segundo o assentado, estão desaparecendo da região. Como é o caso do “pau-ferro”, uma árvore de médio porte que tem uma madeira rígida e de coloração clara, além de inúmeras outras. Essas madeiras são utilizadas para vários fins como, matriz energética para a fabricação de tijolos e telhas, para fabricação de carvão, para o uso como mourões em cercas, para a fabricação de móveis de pequeno porte, entre outras coisas. A técnica utilizada para obter a madeira dentro da reserva é a de fazer um anel em volta do vegetal retirando a casca, fazendo assim, com que o vegetal morra de inanição. Não há mais a troca de alimento uma vez que a passagem deste está interrompida definitivamente.
Práticas como essas devem ser abolidas de uma vez por todas em uma sociedade que deseje se manter equilibrada tanto do ponto de vista social quanto econômico. A boa notícia é que cada vez mais, vai aumentando o número de pessoas dispostas a mudar esse quadro, não só no município mas também, em toda a região.
Camalaú é um município no Estado da Paraíba, localizado na micro região do Cariri Ocidental e que apresenta uma vegetação típica do semi-árido, a Caatinga. A palavra “Camalaú”, é uma palavra de origem indígena, provavelmente do tronco Tupi, que poderia ter sido o nome de chefe indígena ou de um grupo que habitava nas imediações da área onde a cidade está situada, assim como poderia ter sido, apenas, o nome da área em que residiam esses povos. O Município está localizada a 331 km da capital paraibana, é uma cidade bastante aconchegante que nos recebeu de braços abertos. Da mesma forma que a cidade nos apresentou bastante acolhedora a sua população não deixou nada a desejar, pois se apresentou sempre tão solícita e não mediu esforços para nos deixar à vontade.
A História deste lugar conta a doação de terras feita por Domingos Ferreira Brito, e sua mulher, Rosa Maria da Conceição, que doaram mais de dezesseis hectares de terra para a Igreja Católica, na formação do Patrimônio de São José, por solicitação de José Cardoso da Silva, que acabou se tornando o fundador da cidade. Não é à toa que o padroeiro da mesma é o santo com o mesmo nome, São José.
Esta cidade abriga uma grande variedade de sítios arqueológicos que demonstram a importância do município para Pré-história da Paraíba, pois nos faz conhecer as populações pretéritas que andaram pela região, as quais foram deixando seus vestígios pelos lugares em que passaram e que hoje nos ajuda a melhor compreender a dinâmica dos deslocamentos das mesmas, através de suas manifestações culturais nas formas de representações simbólicas encontradas nos seus lajedos, matacões e no sopé de serras. Procurando sempre mostrar a importância da região do Cariri, como área de ocupação de povos pretéritos, vamos em busca dos sítios arqueológicos que se encontram dispersos por todo o Cariri paraibano demonstrando como estes povos se dispersaram pela região, deixando seus registros por onde passavam e, através dos indícios por eles deixados, os utilizavam como forma de apropriação dos seus espaços e disseminação de sua cultura. Essas demonstrações vão desde a existência de sítios arqueológicos do tipo cemitério até os de sítios arqueológicos de arte rupestre, que se encontram espalhados pelo Cariri.
Por ser cortada pelos rios Rio da Serra ou do Espinho e pelo Rio Paraíba, ela representa um local estratégico para estas populações, pois a necessidade de habitar ambientes que possuíssem água proporcionaria a sobrevivência destes primitivos. Pinturas com características antropomórficas e geométricas demonstram a complexidade da arte rupestre que por lá existe, como no sítio Pedra da Pintada, que apresenta a combinação de gravura com pintura. É, realmente, um local muito interessante, pois apresenta elementos da Tradição Nordeste e outros elementos geométricos. Além dos sítios de arte rupestre, localizamos outro tipo de sítio, o chamado sítio-cemitério, o sítio Barra, onde observamos a evidência de um sepultamento secundário, apresentando apenas, no momento, material ósseo, pois outros artefatos que faziam parte do enxoval funerário não estavam mais presentes. Estes sepultamentos são feitos com toda a ritualística que existe em qualquer funeral. É importante observar que há uma preocupação destas populações em dar continuidade ao seu processo histórico e, desta forma, procuram deixar registrados, através de suas representações artísticas, o seu processo cultural. A preocupação com o processo histórico das sociedades não se limita apenas ao ofício do historiador, mas está presente, também, em outras formas de saberes históricos apresentados por estas mesmas sociedades e que são inerentes ao individuo. Voltar ao passado através dos vestígios encontrados se torna uma viagem no tempo onde a comunicação se dava, também, através de representações, as quais fazem parte do imaginário social de uma determinada sociedade.
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