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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Degradação de solo afeta litoral da PB


A agressão permanente também atinge a mata ciliar que resulta na morte dos rios tanto no Cariri quanto na região litorânea.

Degradação dos solos e perda da mata ciliar causa morte dos rios no Cariri e o litoral paraibano é diretamente afetado. A informação é do professor da UFPB, Paulo Rosa, especialista em desastres naturais. Na terceira matéria da série Desbravando o Cariri, O Norte relata o desgaste dos ribeiros na região do semi-árido devido a destruição das matas ciliares e outras conseqüências procedentes da ação do homem.

Os rios são considerados o mais efetivo agente modificador da paisagem. O geógrafo e professor da UFPB, Paulo Rosa, explicou que o curso da água é responsável pelo transporte de todo o material sólido e solto que esteja disponível (sedimentos) até os oceanos. Quando há uma interrupção do fluxo, naturalmente essas fontes não conseguem chegar ao destino final e provoca um afundamento no nível da praia, consequentemente as ondas marítimas avançam sobre a costa. "Quando você faz um barramento de um rio, é quebrada a competência hidráulica, erosiva e de transporte do rio", explicou, alertando para o risco da água "estourar" mais adiante no seu percurso.


Rio Sucuru, em Sumé, é constantemente agredido devido aos despejos de dejetos e à proximidade de olaria. Foto: Conrad Rosa

De acordo com a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA) o estado tem mais de 7,5 mil rios e riachos, de pequeno, médio e grande porte. Muitos deles são assoreados, poluídos e oferecem risco de contaminação para as famílias que são abastecidas pelas suas águas ou que se alimentam com os peixes. As comunidades ribeirinhas são apontadas como os principais agentes contaminadores. Atividades como fabricação de tijolos e telhas, criação de animais nas margens das vazantes, entre outros fatores, provocam o desmatamento da área e favorece o despejo de materiais poluentes.

A cidade de Sumé, a 250 km de João Pessoa, é cortada pelo Rio Sucuru, confluente com o riacho São Tomé. Durante a rota pelo Cariri Ocidental, a reportagem de O Norte observou famílias trabalhando em olarias, animais pastando e despejo de esgotos no leito. A situação não é peculiar apenas do município de Sumé. Um pouco adiante (sentido Cariri ao litoral), em São João do Cariri, nas margens do Rio Taperoá outra paisagem, desta vez quase não se vê vegetação. Um rio de areia demonstra o assoreamento da área, além disso, algumas cacimbas foram cavadas no leito - estratégia dos moradores para o período de seca.

A mata ciliar é uma das formações vegetais mais importantes para a preservação da vida e da natureza e, também protege as margens dos cursos d'água. Cybelle Frazão, diretora presidente da AESA, esclarece a importância da vegetação para os rios. "Assim como os cílios protegem os olhos, a mata ciliar serve de proteção aos cursos d'água. Quando chove, a mata ciliar também impede que uma quantidade muito grande de água caia de uma vez só no rio, e assim evita as enchentes", explicou.

Atualmente, o Código Florestal, uma lei federal, exige a preservação da mata ciliar. A lei é clara, mas a falta de informação e conscientização do produtor rural ainda é uma barreira para sanar a degradação das áreas de preservação permanente. A caminho do sítio Roça Nova, no município de Camalaú, vários riachos. O cenário é o mesmo. Muita areia, pouca vegetação. As estradas se cruzam com as bacias hidráulicas. A principal delas: Rio Paraíba - o mais importante do estado percorre aproximadamente 300 km da nascente na Serra de Jabitacá em Monteiro até o litoral. Em alguns trechos, currais para criação de animais. As áreas cercadas por estacas e até mesmo com arame farpado formam uma barreira no leito do rio.

Fonte: jornal O Norte por Jailma Simone.

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